quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Das Utopias


"Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!"

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(Mário Quintana)

Uma Flor? - Uma Lágrima

"— Por que há de a musa que coroam rosas
Da rocha inculta só rebentam cardos:
Lágrima fria de pisados olhos
Não cabe em chão de pérolas.

— Por que há de a musa que coroam rosas
Vir debruçar-se no ervaçal inculto,
E pedir um perfume à flor da noite
Que o vento enregelara?

Minha musa é a virgem das florestas
Sentada à sombra da palmeira antiga;
Cantando, e só — por uma noite amarga
Uma canção de lágrimas...

A aura noturna perpassou-lhe as tranças,
A mão do inverno enregelou-lhe os seios,
Roçou-lhe as asas na carreira ardente
O anjo das tempestades.

Por que há de a musa que coroam rosas
Pedir-lhe um canto? O alaúde é belo
Quando amestrada mão lhe roça as cordas
Num canto onipotente.

Pede-se acaso à ave que rasteja
Rasgado vôo? ao espinhal perfumes?
Risos da madrugada ao céu da noite
Sem luar nem estrelas?

Pedem-se as rosas aos jardins da vida;
Da rocha inculta só rebentam cardos;
Lágrima fria de pisados olhos
Não cabe em chão de pérolas."
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((Machado de Assis))

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Fantasma da Ópera



Le Fantôme de l'Opéra (O Fantasma da Ópera) é uma novela francesa escrita por Gaston Leroux, inspirada na novela Trilby de George du Maurier.



Publicada em 1910 pela primeira vez, foi desde então adaptada inúmeras vezes para o cinema e atuações de teatro, atingindo o seu auge ao ser adaptada para a Broadway, por Andrew Lloyd Webber, Charles Hart e Richard Stilgoe. O espectáculo bateu o recorde de permanência na Broadway (superando Cats), e continua em palco até hoje desde a estréia em 1986. É o musical mais visto de sempre, visto por mais 100 milhões de pessoas, e também a produção de entretenimento com mais sucesso que alguma vez existiu, fazendo 5 biliões de dólares.
Le Fantôme de l'Opéra foi inúmeras vezes traduzido para o português do Brasil, sendo que as versões mais difundidas são das editoras Ediouro e Ática. A preferência por essas versões devem-se à maior fidelidade à história originalmente criada por Gaston Leroux. Em Portugal, "O Fantasma da Ópera" foi traduzido e publicado pela editora Bico de Pena.
The Phantom of the Opera is there... inside your mind!

sábado, 7 de novembro de 2009

Soneto 18

"Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver."

((Willian Shakespeare))

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O que é simpatia?

"Simpatia-- é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sinsero, no coração:
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia-- são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim:
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos "ais":
São vozes de dois amantes
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
Simpatia-- meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor:
São nuvens de um céu d'agosto
É o que me inspira teu rosto...
Simpatia-- é quase amor!"

((Casimiro de Abreu))